Thursday, September 10, 2009

Russia

White nights, S.Petersburgo


Hermitage, S.Petersburgo


Caviar a bordo do Rossiya, o comboio transiberiano que liga Moscovo a Vladivostok, 9 289km, conhecido por ser o transporte ferroviário mais longo do mundo


Lago Baikal, Irkutsk


Dia 32: 02 julho de 2009 – a bordo do Rossiya, Sibéria Russa


(agora com o meu irmão, Pedro Cabeços, que começou a viagem em S.Petersburgo e viaja comigo até Kathmandu, no Nepal)
Na carruagem restaurante conhecemos a Olga, uma russa de Chita que regressa a casa de férias e que fala bem Inglês, algo raro na Rússia. A Olga é uma professora universitária que dá aulas em S.Petersburgo e apresentou a dissertação de doutoramento mais original que ouvi até à data: "Cultural History of Underwear in Soviet Russia". E ali estamos, a bordo do comboio mais longo da terra atentos a ouvi-la falar do tema enquanto acompanhamos com cerveja russa.
Mais tarde juntam-se a nós o Alek e a Svetlana, que seguem para o Ulan Ude para acampar na margem do Lago Baikal. O Alek apresenta-se e no segundo seguinte grita: Vodka! e serve um copo a cada um de nós. Nazdrovia! (brinde em russo) e bota abaixo. De seguida serve-nos um copo de sumo de tomate, algo que os russos fazem sempre que tomam vodka para acalmar o ardor na garganta. Bebemos o sumo de tomate e o Alek grita novamente Vodka! e serve-nos mais vodka... novamente seguido de sumo de tomate. O procedimento continua e o Alek fala connosco em russo puro enquanto a Olga vai traduzindo algumas partes. A determinada altura o vocabulário do Alek estende-se a mais do uma única palavra e passa a 5 "In Ruxa wii trink vodka!" e serve-nos mais vodka e assegura-se de que a bebemos... claro que passado algumas horas o restaurante fecha e somos expulsos para o compartimento que fica no início das carruagens onde acabamos a cantar russo, português e outras línguas não oficiais.
Acordo no dia seguinte com uma cabeça pesada e vou para a carruagem restaurante à procura de me hidratar e de uma mesa para escrever o diário. Peço a minha água e o meu café e sento-me com o diário aberto na frente enquanto olho a paisagem de taiga russa, um verde interminável e monótono de bereosas , a árvore nacional da Rússia. Chega o meu café, a minha água e... oh não, o Alek, a Svetlana e mais um casal amigo. Sentam-se na minha mesa, empurram-me para um canto e pedem copos. À excepção da Svetlana, todos estão bêbados e servem-me vodka. Digo-lhes que acabei de acordar e são 9h00 da manhã. No! No! Trink Yes!!! No problem!!! Wii trink since six!!! Vodka! Nazdrovia!...

leituras: Jack Kerouac "lonesome traveler"

1 comment:

  1. Oh! I can't understand portuguese, but I dream to visit Baikal. X) You have done it! I bet you sum up our White Nights, so sweet. I hope you'll come over to our place ;)

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